domingo, 23 de março de 2014

Wolfmother - New Crown

Pois é. Você talvez nem saiba que o Wolfmother voltou e voltou a ser um trio. Muito menos sabia que eles já haviam gravado um disco novo. Então. Saiu hoje!

Na Austrália já é de ontem, pelo horário, mas nosso fuso horário brasileiro permite dizer que saiu hoje! Por 9 minutos. Mas estou ouvindo esse disco pela terceira vez e só agora lembrei de dividir com vocês todos que leem esse blog. Ou não. Enfim. Pra não dizer que eu não avisei, aí está!

http://wolfmother.bandcamp.com/album/new-crown

Eu já falei deles aqui. Lembra? Não? Então leia aqui. --> O

sexta-feira, 21 de março de 2014

Confidência do Itabirano - Carlos Drummond de Andrade


Desde que voltei à minha terra, é como me sinto. Às vezes, reencontro passados amáveis e são apenas retratos na parede. Se forem, pois aquilo que eram não são mais. As lembranças que antes eram boas, agora já se foram. Talvez fosse melhor não ter reencontrado.

sábado, 10 de agosto de 2013

Pocket Resenha: The Who - Rock Honors 2008 Live

1- Foo Fighters - Young Man Blues: Tudo o que se espera do Foo Fighters é o que? Som alto, gritaria, potência, cabelos e cabeças balançando, bom humor e um sem fim de clichês do rock de garagem/estádio da banda. Versão mais Foo Fighters do que The Who. Coragem e Competência.
2- Foo Fighters feat. Gaz Coombes - Bargain. Mais The Who/Supergrass do que Foo Fighters. Nada demais. Preenchimento de espaço e realização do que certamente era um sonho do ex-vocalista do Supergrass (uma das bandas mais divertidas dos anos 90. Inspiração óbvia da gauchada do Cachorro Grande)
3- Incubus - I Can See For Miles: Ótima apresentação. Incubus, mesmo soando como banda adolescente, tem ótimos músicos, sabe fazer boa música e experimentações roquenrou. Infelizmente ainda não se decidiram se serão sempre uma banda de abertura da Malhação ou se vão para a experimentação. Nessa música, em especial, mostram sobriedade e originalidade.
4- Incubus - Can't Explain: Desnecessário. Apenas isso. Preferia ver o The Hives tocando essa. Seria mais interessante.
5- The Flaming Lips - Tommy Pocket Show: é. isso mesmo que você leu. O Flaming Lips se arriscou a tocar, resumidamente é claro, um resumo da obra prima da banda. Fãs ortodoxos podem não ter gostado... Dificilmente alguma apresentação do Flaming Lips passa pela mediocridade. Excelente banda, estética brilhante e muitos culhões para fazerem o que fazem. Principalmente nessa performance que contou até com a famosa quebração de encerramento. Apesar dos narizes torcidos de alguns xiitas, todos os presentes naquele momento parecem ter adorado e eu, particularmente, achei uma ideia excelente e tenho essa como a melhor apresentação do evento. Fora, obviamente, os momentos épico e apoteótico a serem descritos no final.
6- Tenacious D - Squeeze Box: Simplesmente assista. Talvez o melhor argumento para entender e aceitar a grandeza do Who são as palavras do Jack Black "Os beatles não são tão legais porque não tem uma música legal onde cantam "beatles, beatles" em falsete e conseguem ser legais. Mesmo só voz e violão, 3 acordes e eles soam tão barulhentos... é a atitude The Who que dá o peso. Isso eles conseguiram mostrar.
7- Pearl Jam - Love Reign On Me: Simplesmente épico.
8- Pearl Jam - The Real Me: Lindo. Não tecerei comentários. Sou Suspeito para falar.
9- Adam Sandler - Melhor não estragar a surpresa....
10- Apogeu apoteótico. Assista... (sem spoiler é mais legal)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A rua de camadas

Caminho entre dedos
a barra da calça suspende
Calcanhares e dores
O cheiro de dias
A dor de sempre
Um ônibus que nunca veio
Nem foi
Mas hoje passou
Peguei.
Por que, não sei
levantei do sofá para correr
Cumprir com o que querem de mim

como sempre, sumi
Andava na rua de ontem
Aquela janela de madeira ali
agora é de metal
Mas ainda tem meu nome
E o nome dela
Gravados com um clips
Que não sabia que tinha
E não guardei.
Um clips,
que só esteve em meu bolso
Naquele dia
E para aquilo
Hoje
Não sou aquele
Hoje pego caronas
Sem saber porque
Antes vagava para dentro
E divagava entre os outros

salto do ônibus,
Ando em direção àquela esquina
Onde ficava a casa de ninguém
Que virou churrascaria, loja de discos
A pizzaria de tantas brigas
De tantas mesas onde gravei
Tantos amores
muita raiva
E descontei muito desconforto
onde conflitos tinham sabor de marguerita
coca com gelo e limão
e cheiro de azeite
talvez nem fosse azeite
mas lembro do cheiro.
Mesmo depois de tantos anos.
de tantas confusões.
anos mais tarde
Ainda no passado
Mas talvez mais distante
Marcas mais novas
Menos profundas
Parecem mais distantes
 o restaurante foi novo cenário
 da conciliação.
A primeira de tantas refeições
que vieram depois
e virão ainda.
De tantos conflitos.
Também restaurou o respeito
Em conversa franca e ruidosa
o heroi que matei
a dor da dúvida
o amor reprimido

Mas hoje essa loja
Que vejo todos os dias
Não é nada mais
Só lembrança
Que precisei levantar do sofá,
Pegar um ônibus que nunca vi
Nem existe
Saí de calça e chinelo
Comi minha calça
E andei para correr
Desisti.
Voltei a esmo
Já não sou mais daquela rua
meu ônibus não passa mais
Pois nunca existiu
E agora,
Aquele que viu seu passado
Também nao existe mais
Todo aquele cenário de ontem
Sobrepõe o passado recente
E cola em papel manteiga
Uma rua cheia de histórias
E, agora, com muitas camadas
em um eterno presente